Mercado de Trabalho: Engenheiro Ambiental Guilherme J. Herdt

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Eng. Amb. Guilherme J. Herdt em seus trabalhos de campo

Herdt possui graduação em Engenharia Ambiental pela UNESC (2009) e cursa Pós-Graduação em Gestão Ambiental pela FUCAP (Faculdade Capivari). Atualmente é Consultor Técnico Ambiental da SDS (Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável do Estado de Santa Catarina), contratado para acompanhar e apoiar as atividades do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Tubarão e Complexo Lagunar, através do Programa Santa Catarina Rural.

ACEAMB – Qual é a importância do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Tubarão e Complexo Lagunar?

O Comitê, também conhecido como “Parlamento das Águas” trata de intermediar conflitos que tenham recursos hídricos envolvidos, antes da problemática ambiental chegar até instâncias maiores. Funciona através de Câmaras Técnicas especializadas em assuntos como, por exemplo: Suinocultura, Rizicultura, Efluentes Industriais, PCHs, etc.. De modo geral, um Comitê estabelece critérios e promove o rateio de custo das obras de uso múltiplo de interesse comum ou coletivo, arbitra em primeira instância os conflitos relacionados a recursos hídricos, estabelece os mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos e sugere os valores a serem cobrados, promove o debate das questões relacionadas aos recursos hídricos da bacia, articula a atuação das entidades que trabalham com este tema, entre outras atribuições não menos importantes. Especificamente o Comitê do Rio Tubarão e Complexo Lagunar, gerencia uma área de 5960 km2 espalhados em 22 municípios da Região Hidrográfica 09 do Estado de Santa Catarina.

ACEAMB – Por que você se interessou por esta área?

O interesse iniciou no estágio que é obrigatório para obter a graduação da universidade e no decorrer das atividades fui me envolvendo em projetos e interessando-me pela área. Como a meu ver na época do estágio, não havia tantos colegas de profissão empenhados em trabalhar no gerenciamento hídrico, decidi dedicar-me a isso.

ACEAMB – Quais suas atividades como Consultor Ambiental junto ao Comitê de Bacia? Conte-nos um pouco sobre sua rotina de trabalho?

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Eng. Amb. Guilherme J. Herdt em atividades de sensibilização comunitária.

Atuo na sensibilização e mobilização comunitária, planejamento divulgação e execução de atividades relacionadas à gestão de recursos hídricos, articulação e revitalização das entidades-membro do Comitê, orientação e apoio na captação de recursos para as ações do Comitê, atualização do site do Comitê, participação de eventos e reuniões da Diretoria Estatual de Recursos Hídricos e também do Programa Santa Catarina Rural. Participo também de duas das dez Câmaras Técnicas (CT) do Comitê: CT de Proteção e Recuperação de Nascentes e CT das PCHs.

ACEAMB – Você participou de um curso em Barcelona para Gerenciamento de Parques Ambientais. Conte-nos um pouco sobre este intercâmbio? Como está o mercado de trabalho internacional para o Engenheiro Ambiental? Você indica para os profissionais uma experiência internacional?

Participar de uma oportunidade como esta foi uma chance única que tive, com ganho de bolsa de estudo, pude permanecer doze dias na Croácia e ainda na cidade de Barcelona durante oito meses do ano de 2012, verificando o funcionamento de Parques Ambientais de diferentes tipos, pela Catalunha e pelo País Basco, região nordeste da Espanha. Atualmente, a Europa passa por dificuldades e, por diferentes fatores, um dos países com maior dificuldade naquele continente é a Espanha e por isso o mercado de trabalho está muito concorrido para qualquer profissional, pois não existe trabalho nem para a população européia e por isso há certa reserva de mercado para os estrangeiros. Qualquer visita, mesmo que para turismo num país assim, é muito válido profissionalmente, intelectualmente ou culturalmente. Uma das coisas que mais me chamou atenção foi a gestão de resíduos sólidos que foi implementada na cidade de Barcelona desde a época dos jogos olímpicos de 1992, algo muito diferente dos padrões brasileiros, mas que poderia ser implantado por aqui.

 ACEAMB – Quais foram as maiores dificuldades encontradas no mercado de trabalho?

Muitos membros do empresariado habitualmente declaram a importância do ‘Meio Ambiente’ nas atividades produtivas, mas normalmente se preocupam apenas em executar aquilo que a legislação impõe, realizando essas atividades da forma menos onerosa possível. Por isso, o interesse na contratação de mão-de-obra especializada como é o caso de um Engenheiro Ambiental se torna desinteressante para a economia de empresa. Diante disso, penso que a maior dificuldade muitas vezes é que existem poucas vagas para nossa categoria e quando existem não é pago o preço justo, tampouco o piso salarial.

 ACEAMB – A Engenharia Ambiental é relativamente nova no mercado de trabalho brasileiro e também, dentre as demais engenharias, a que mais tem potencial de crescimento. O que você acha que esta faltando para que este fato seja concretizado?

Atribuições. Após a aprovação de nossas atribuições profissionais na Sessão Plenária n. 820, o crescimento pela contratação de engenheiros ambientais só tendem a aumentar. Além disso, com o aumento das fiscalizações pelos órgãos ambientais e as legislações que estão exigindo maior comprometimento do setor público e privado para as questões ambientais cria uma ótima oportunidade de inserção dos engenheiros ambientais no mercado.

 ACEAMB – Qual a importância da ACEAMB para o fortalecimento da categoria?

A ACEAMB, desde que foi criada, vem batalhando para melhorar as atividades dos Engenheiros Ambientais, lutando para termos reconhecimentos em certas atribuições que nos empenhamos em aprender durante a graduação, tendo papel fundamental principalmente na articulação da criação do GT de Engenharia Ambiental junto ao Crea-SC, que culminou na consolidação de nossas atribuições profissionais, permitindo-nos aumentar nossa área de atuação profissional.

ACEAMB – Para finalizar, qual recado você gostaria de deixar aos futuros Engenheiros Ambientais?

Que ainda existe campo para novos profissionais, mas é preciso especializar-se em diferentes áreas e procurar regiões para trabalhar com carência de mão-de-obra profissional nesta área. Procurar desenvolver conhecimentos técnicos e competências pessoais pode facilitar na busca para um cargo de destaque no mercado profissional.

22 thoughts on “Mercado de Trabalho: Engenheiro Ambiental Guilherme J. Herdt

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